ABCS rebate críticas dos EUA sobre barreiras à carne suína

 ABCS rebate críticas dos EUA sobre barreiras à carne suína

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A suinocultura do Brasil também foi questionada durante a audiência da Seção 301 nos Estados Unidos, que apura práticas comerciais consideradas desleais. Além das críticas relacionadas ao uso de trabalho infantil na agropecuária, o Conselho Nacional dos Produtores de Carne Suína dos EUA (NPPC) acusou o país de adotar medidas protecionistas.

Em manifestação ao USTR — órgão responsável pela política comercial internacional norte-americana —, o conselho afirmou que o “Brasil mantém uma proibição à carne suína dos EUA sem justificativa científica”. A entidade acrescentou que o Brasil viola compromissos do Acordo de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias e da Organização Mundial do Comércio (OMC), ao impor exigências mais severas a produtos importados do que aos nacionais, justificando-as com preocupações de segurança alimentar e saúde animal.

O NPPC solicitou ainda que o USTR atue para retirar essas barreiras não tarifárias, viabilizando a entrada no Brasil de carne suína fresca, congelada e processada de origem norte-americana.

Por aqui, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) reagiu às críticas. Ao Agro Estadão, o presidente Marcelo Lopes, refutou os apontamentos de que o país não cumpre os acordos internacionais. Ele afirmou ainda que não faz sentido abrir o mercado nacional para trazer uma carne que já é produzida e exportada. “É claro que o produtor norte-americano tem interesse em entrar no mercado brasileiro, porque é um mercado extremamente forte, mas é uma competição que não seria justa com nós produtores aqui no Brasil”, afirmou. 

Atualmente, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de produção e exportação de carne suína. Enquanto isso, os EUA aparecem em terceiro na produção e lideram as exportações globais.

Além disso, segundo ele, o setor está com boas perspectivas de expansão da produção e exportação. Porém, devido às incertezas políticas, jurídicas e os juros elevados, os criadores colocaram o pé no freio. “Se você tem a inserção de mais carne, aumenta a oferta aqui no mercado, você começa a ter problemas. Eu acho que isso prejudica muito a produção nacional. Então, a gente precisa ter muito juízo nesse momento”.

A ABCS reconhece que acordos precisam ser feitos, mas defende que seja de produtos que o Brasil necessita. “O Brasil não precisa importar carne suína até porque exportamos pouquíssimo para os EUA”, salientou. No último ano, os EUA foram o 10º principal destino da carne suína exportada pelo Brasil, respondendo por 2,24% do total, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).


(Foto: Reprodução/ABCS)

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