Piauí tem o menor nível de ocupação do país, aponta Censo 2022

O Piauí registrou o menor nível de ocupação do país, segundo dados do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (9).

O levantamento mostra que o estado tem 29 cidades entre os 100 municípios com os menores índices de pessoas ocupadas. O IBGE considera como ocupadas as pessoas que trabalharam ao menos uma hora na semana de referência, incluindo atividades remuneradas, ajuda em negócios familiares ou afastamento temporário do trabalho.

Em 2022, apenas 43% da população piauiense com 14 anos ou mais estava ocupada — a menor taxa do Brasil. A média nacional foi de 53,5%, uma diferença de 10,5 pontos percentuais.

Desigualdade de gênero

A desigualdade entre homens e mulheres também aparece nos dados. O nível de ocupação entre os homens foi de 51,98%, o mais baixo do país. Já entre as mulheres, o índice foi de 34,51%, o segundo menor do Brasil.

Recorte por cor e idade

No Piauí, as pessoas de cor amarela tiveram o maior nível de ocupação (49,52%), seguidas por pretos (46,12%), brancos (44,74%), pardos (41,73%) e indígenas (37,04%).

A faixa etária com maior participação no mercado de trabalho foi a de 35 a 39 anos, com 60,88%. Também se destacaram os grupos de 30 a 34 anos (60,08%) e de 40 a 44 anos (59,55%).

Os menores índices foram observados entre jovens de 14 a 17 anos e idosos com 65 anos ou mais, com apenas 11,63% ocupados — número esperado no caso dos adolescentes, devido ao foco nos estudos.

Desigualdade regional

Dos 100 municípios brasileiros com menor nível de ocupação, 29 estão no Piauí.
Entre os piores índices estão Joca Marques (13,14%) e Jurema (13,23%). No total, 84 cidades piauienses registraram níveis iguais ou inferiores a 30%, o que significa que em cada 100 pessoas com 14 anos ou mais, ao menos 70 estavam fora do mercado de trabalho.

Apesar do cenário negativo, alguns municípios superaram a média nacional. Teresina teve o maior índice de ocupação do estado, com 55,67%, seguida por Floriano (54,16%), Canavieira (52,24%), São Raimundo Nonato (52,11%) e Parnaíba (52,05%).

Os dados do IBGE reforçam as desigualdades regionais no acesso ao emprego e os desafios econômicos enfrentados pelos municípios do interior do Piauí.

(Foto: Reprodução)