Migração forçada dos pomares cítricos no Brasil é causada por praga que atinge a laranja

 Migração forçada dos pomares cítricos no Brasil é causada por praga que atinge a laranja

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A citricultura — responsável pelo cultivo de frutas como laranja, limão e tangerina — enfrenta um dos maiores desafios de sua história. A expansão do greening, doença causada por uma bactéria transmitida pelo psilídeo-dos-citros, está redesenhando o mapa da produção no país.

 A praga provoca amarelecimento das folhas, deformação dos frutos e pode levar à morte da planta. Como não há cura disponível, produtores precisam recorrer ao controle constante e manejo rigoroso das lavouras. O inseto vetor mede poucos milímetros, mas tem potencial para contaminar pomares inteiros ao se alimentar da seiva de brotações novas.

Tradicionalmente, os pomares se concentravam em São Paulo, no Triângulo Mineiro e em parte do sudoeste de Minas Gerais. Porém, a pressão da doença tem levado a citricultura a expandir para regiões como Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e o Distrito Federal, originando o chamado Cinturão Citrícola Expandido (CCE), considerada a nova fronteira do setor.

 De acordo com pesquisadores da Embrapa e do Fundecitrus, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático tem orientado esse processo de migração. No entanto, especialistas reforçam que a mudança de região não elimina os riscos.

 “Mudar de local não elimina a necessidade de monitoramento e manejo integrado do greening. É fundamental manter práticas contínuas de prevenção”, destacou Francisco de Carvalho, gerente comercial da Hydroplan-EB.

Além das questões fitossanitárias, o setor também enfrenta incertezas comerciais. Apenas 30% da safra de laranja 2025/26 foi contratada até agora, segundo o Cepea/Esalq-USP, percentual abaixo do registrado em anos anteriores.

 
(Foto: Reprodução/Prefeitura de Capão Bonito)

Outro ponto de pressão vem do mercado internacional. Embora o suco de laranja tenha ficado de fora da tarifa de 40% imposta pelos Estados Unidos, derivados como óleos essenciais e células cítricas passaram a ser taxados em 50%.

Mesmo com os desafios, o Brasil segue como o maior produtor mundial de citros, mas especialistas alertam que o avanço do greening e as barreiras comerciais exigem adaptação e inovação constante para garantir a sustentabilidade da atividade.

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