Terreno fértil: Ceará reúne vantagens competitivas para se destacar no cenário global da produção de Mirtilo

 Terreno fértil: Ceará reúne vantagens competitivas para se destacar no cenário global da produção de Mirtilo

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Perspectiva anima o setor público e produtores locais, que já plantam a fruta em fase experimental

Sob a luz do sol que brilha quase todos os dias, o Ceará desponta como um território promissor para o cultivo do Mirtilo. Essa perspectiva, que vem animando o setor público e produtores locais, decorre de uma combinação de fatores capazes de colocar o estado no mapa global da produção, ainda incipiente no Brasil. Com sua abundância de luminosidade natural, aliada à localização estratégica no Atlântico, o estado reúne condições ideais para favorecer também a exportação direta para mercados altamente consumidores, como Europa, Estados Unidos e Ásia.

Enquanto o Peru lidera a produção e exportação mundial, o avanço de novas propriedades rurais em fases experimentais abre espaço para que o Ceará se consolide nesse segmento. Municípios localizados no Vale do Jaguaribe já contam com projetos em execução, e a Serra da Ibiapaba é outra região que reúne condições naturais favoráveis à plantação, com oportunidades de se tornar um polo produtor de grande potencial no estado.

Foto: Reprodução/Secom Ceará
Foto: Reprodução/Secom Ceará

Na região, essa demanda vem acompanhada de qualificação, para que produtores estejam capacitados a desenvolver técnicas de cultivo do mirtilo. Com esse objetivo, o Governo do Ceará, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), ofereceu um curso gratuito de Produção de Mirtilo em Carnaubal, município da Ibiapaba.

Foto: Reprodução/Secom Ceará
Foto: Reprodução/Secom Ceará

A iniciativa, conforme destaca o secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, Domingos Filho, tem o papel de incentivar os produtores da região. Ele ainda ressalta o foco no agronegócio. “O Ceará é um estado rico em condições climáticas para a produção desta cultura de alto valor agregado que é o mirtilo, produto promissor para exportações na Europa. Hoje, contamos com áreas experimentais e o Governo do Estado, por meio da SDE e da Adagri, tem realizado seu papel de incentivar os produtores destas regiões, por meio de políticas públicas, com foco no desenvolvimento econômico do agronegócio cearense”, disse.

Foto: Reprodução/Secom Ceará
Foto: Reprodução/Secom Ceará

Atenta a essas oportunidades, a secretaria-executiva da SDE vem, há cinco anos, atuando para que o Ceará aproveite esse cenário. Silvio Carlos Ribeiro, secretário-executivo do Agronegócio, acredita que o Ceará pode vir a ser um polo de produção do Mirtilo, exportando facilmente para países com alto consumo. “Todos eles querem Mirtilo e, hoje, o maior produtor e exportador mundial é o Peru. Aliado ao fato de que as novas variedades desenvolvidas já estão bem adaptadas a climas mais quentes, essa é uma grande oportunidade para nosso estado”, considera.

Investimentos estrangeiros

O estado do Ceará, há alguns anos, vem sendo monitorado por grupos estrangeiros que investem na plantação de Mirtilo em regiões diversas do mundo. A informação é do especialista e consultor em cultivo da fruta, Marcos Flávio Caetano. O biotecnologista foi responsável por ministrar o curso gratuito ofertado pelo Governo do Ceará, em Carnaubal, na Ibiapaba, e conversou com nossa equipe de reportagem.

Foto: Reprodução/Secom Ceará
Foto: Reprodução/Secom Ceará

“Eles identificaram dentro do estado do Ceará algumas regiões estratégicas para o cultivo de Mirtilo, uma delas a Serra da Ibiapaba, que reúne condições de clima absolutamente perfeitas para o desenvolvimento dessa cultura e é justamente por esse motivo que a gente tem voltado ao estado algumas vezes para fazer não só o monitoramento dessas áreas [em fase experimental], mas também o acompanhamento e o desenvolvimento do Mirtilo ali”, pontua.

No primeiro momento, Flávio destaca que os esforços são voltados a pequenos agricultores, que realizam testes de viabilidade. No entanto, ele ressalta a existência de grupos estratégicos e empresas profissionais do ramo, “que já estão começando a fazer especulação de terra, compra de áreas e, também, testes de viabilidade com acompanhamento e pesquisa privada para produzir mirtilo nessa região”.

Culturalmente, a produção ocorre em regiões frias. No caso do Ceará, a expectativa é que estudos de desenvolvimento e melhoramento genético auxiliem na produção. “Com acesso a essa genética que a gente já tem no Brasil, a gente consegue produzir no estado do Ceará, assim como já se produz na Bahia, já se produz em Pernambuco, em Petrolina, para ser mais preciso. E eu acredito que agora começa a ser uma realidade”, frisa.

Abertura de novos horizontes

Foto: Reprodução/Secom Ceará
Foto: Reprodução/Secom Ceará

A Europa e a América do Norte ainda concentram a maior parte do consumo mundial de Mirtilo, com destaque para o Reino Unido e os Países Baixos, que lideram o consumo per capita no continente europeu. No entanto, a Ásia, especialmente a China, desponta como uma das regiões de maior crescimento na demanda pela fruta.

Esse cenário de crescente demanda global anima André Arruda Martins, que tem a intenção de produzir Mirtilo, expandindo suas plantações, que já incluem pitaya e café, no município de Mulungu. Ele, que participou do curso ofertado em Carnaubal, destaca que a oportunidade abre horizontes para os agricultores da região, desde o pequeno até o médio.

“Produtos como o Mirtilo, que têm um valor agregado, melhoram a renda do agricultor”, projeta. “O conhecimento [adquirido por meio do curso], a gente vê que agrega bastante. As pessoas na Europa estão investindo nisso, no exterior, na Ásia. Então, é uma oportunidade excelente para o produtor da nossa região, e esse curso é de um valor excepcional. Abre vários horizontes aí para a agricultura, para o pequeno agricultor e até para o médio agricultor também”, conclui.

O cultivo de Mirtilo já está presente em praticamente todos os estados do país, somando aproximadamente 350 hectares em estágio produtivo. A maior parte das áreas implantadas é formada por pequenos projetos, pulverizados em diferentes regiões, o que evidencia o caráter ainda inicial, mas em expansão, dessa cadeia produtiva no Brasil.

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